No país da Copa, a repressão e criminalização dos lutadores em Campinas


19/05/2014 - Junho de 2013 abriu no Brasil uma temporada de atos, greves e mobilizações. A partir dos grandes atos de junho o país vive um clima diferente. A população não está mais disposta a aguentar calada os desmandos de governos e de patrões. Os gastos bilionários com a Copa do Mundo da Fifa e em contrapartida o desmonte dos serviços públicos, como saúde, educação, transporte, assim como os ataques dos patrões aos direitos dos trabalhadores, tem resultado numa série de mobilizações que já completam quase um ano.

A resposta dos governos não tem sido a de atender as reivindicações, pelo contrário,  tem sido a de tentar calar as massas com base na repressão. A criminalização de uma série de ativistas em todo o país, com processos judiciais fraudulentos é um dos exemplos disso.

Em agosto de 2013, após uma manifestação que ia contra o aumento das isenções e repasses de verba da prefeitura para as empresas de transporte ocorreu a ocupação da Câmara de vereadores. A resposta do presidente da câmara foi uma desocupação truculenta e o indiciamento de mais de 120 ativistas, entre eles mais de 20 militantes e simpatizantes do PSTU. Esse processo cheio de problemas, entre eles o fato de que o presidente da Câmara não tinha recebido mandado de desocupação do poder judiciário, a intimação da presidente do PSTU de Campinas para depor (que não estava presente na ocupação), só demonstra que também aqui o interesse do governo, neste caso de Jonas Dozizette – o prefeito, e Campos Filho – o presidente da Câmara é o de intimidar e tentar calar os manifestantes.

Depois de meses ouvindo depoimentos dos indiciados, de testemunhas e outros, o resultado que temos agora é a denúncia desses ativistas por crimes de danos ao patrimônio público e desobediência. Até mesmo os menores que participaram da ocupação podem receber representação a partir da Promotoria da Infância e da Juventude. Aqui a tentativa de calar os ativistas também está vinculada com a Copa do Mundo da Fifa, afinal Campinas alojará duas seleções mundiais: a de Portugal e a da Nigéria.

Desde o final de 2013 está se organizando em Campinas o Comitê contra a Criminalização dos Movimentos Sociais e da Pobreza. Esse comitê já realizou um debate sobre o tema na Câmara dos Vereadores e um ato de rua. 

O fortalecimento deste comitê com a participação de mais entidades dos trabalhadores e da juventude e a construção de um plano de lutas e mobilizações e defesa dos militantes, que se vinculem com os desmandos da Copa do Mundo da Fifa, torna-se cada vez mais urgente.

Tudo que os governos federal, estadual e municipal querem é garantir a “paz” na Copa. E para isso não medirão esforços repressivos. E contra isso devemos seguir nas ruas lutando!

Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais!
Lutar não é crime!
Chega de Dinheiro para a Fifa, empreiteiras e banqueiros!


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