Para tirar Alckmin, não basta votar em Padilha ou Skaf! Chega de campanhas milionárias!

por Otávio Calegari, de Campinas 

07/07/2014 - Matéria publicada na Folha de S. Paulo do dia 03 de julho aponta que os três principais candidatos ao governo de São Paulo, Alckmin (PSDB), Padilha (PT) e Skaf (PMDB) gastarão em sua campanha eleitoral cerca de 280 milhões de reais. Para estas eleições, o Congresso Nacional não aprovou um teto máximo de gastos para as campanhas eleitorais, já que estes partidos são os mesmos que controlam o próprio Congresso. 

A partir do dia 6 de julho os trabalhadores e trabalhadoras serão inundados de promessas e, pior, a maior parte delas com o mesmo conteúdo, a mesma ladainha de sempre. Mesmo com a resistência dos trabalhadores e trabalhadoras a acreditarem no que será prometido, a maior parte irá votar, pois ainda acredita que é possível escolher entre o ruim e o menos pior. 

Isso é assim porque os candidatos, para se elegerem, não precisam de propostas que de fato solucionem os problemas da saúde, da educação, da segurança etc; eles precisam de dinheiro e de bons marqueteiros para fazer propagandas na televisão, no rádio e nas ruas. 

O estado de São Paulo é o estado mais importante, econômica e politicamente, do Brasil. É governado há mais quase 20 anos pelo PSDB. Os governadores do PSDB já nos são velhos conhecidos. Não é a toa que as mobilizações de junho do ano passado explodiram na cidade de São Paulo. Foram as barbaridades cometidas pela Tropa de Choque, sob o comando de Alckmin, que fizeram com o que o povo se levantasse e desse um basta. Já conhecemos o modo PSDB de governar: bala de borracha, como bem mostrou o grupo de comediantes Porta dos Fundos. 



Este ano aparecerão dois candidatos que supostamente terão condições de “competir” com Alckmin: Alexandre Padilha, do PT, e Paulo Skaf, do PMDB. 

Padilha aparecerá com um discurso da mudança, de privilegiar os mais pobres, de não privatizar as empresas estatais. Sabemos que se ganhar, fará tudo o que seus antecessores do PSDB fizeram. Foi assim com Haddad, na prefeitura de São Paulo. Nenhuma grande mudança começou a ser realizada na cidade mais caótica do país, mesmo sob o governo do PT. 

Skaf terá menos condições de esconder seus interesses. Na verdade, como um bom representante da burguesia (já que é presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), vai tentar apresentar os interesses da grande indústria, ou seja, dos patrões, como o interesse dos trabalhadores. Skaf defenderá ainda mais os programas de financiamento público para as empresas privadas, as privatizações e um longo etc. Tudo isso dizendo que será o melhor para os trabalhadores. 

Mesmo com discursos aparentemente diferentes, tanto Alckmin, como Padilha ou Skaf, têm um denominador em comum: são financiados pelas mesmas empresas, ou seja, defendem os mesmos interesses.  Por trás da maquiagem de cada discurso e candidato encontraremos os mesmos rostos, nomes e sobrenomes. 

Cada um destes três candidatos gastará em torno de 90 milhões de reais para fazer sua campanha. Estes 90 milhões serão doados por já conhecidas empresas, as mesmas que financiam cotidianamente estes partidos: construtoras como a Odebrecht, OAS, Camargo Correa, Queiroz Galvão. Bancos como Itaú, Safra, Santander. Ou empresas do ramo alimentício ou do agronegócio, como JBS, Bunge etc. 

O resultado disso todos conhecem: os trabalhadores e trabalhadoras votam, mas quem controla os mandatos eleitos não são eles. São seus patrões, ricos, empresários, que não estão nem aí pra qualidade dos hospitais públicos, das escolas públicas. Não estão nem aí se a inflação está corroendo o salários dos trabalhadores ou se a jornada de trabalho e as horas extras nas empresas estão insuportáveis. Na verdade, aqueles que controlam os políticos como marionetes são os grandes capitalistas. 

Por isso o PSTU nestas eleições em São Paulo apresenta suas candidaturas na Frente de Esquerda. A Frente de Esquerda não aceita um tostão de grandes empresas, bancos e grupos capitalistas. O PSTU entende que as verdadeiras mudanças no país só acontecerão com os trabalhadores e trabalhadoras nas ruas, fazendo greves e lutando por propostas que questionem o rumo que é dado à riqueza produzida em nosso país . 

Votar nos candidatos do PSTU e da Frente de Esquerda é dar um voto útil nas lutas e nas candidaturas dos trabalhadores, que não têm rabo preso com os patrões. O voto, no entanto, é apenas um pequeno passo na transformação do nosso país. Só a mobilização e organização dos trabalhadores de fato poderá colocar em xeque a maneira como nosso país é governado: pros ricos as isenções de impostos, os hospitais, escolas e transporte de luxo. Pros pobres, as filas do SUS, a violência policial e cada dia mais exploração.

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